terça-feira, 8 de novembro de 2011

8 mentiras que você anda lendo sobre a PM na USP

por Flavio Morgenstern

Quinta-feira, 27 de outubro, houve um confronto entre alunos e policiais na Cidade Universitária, principal campus da USP. Tudo ocorreu porque a polícia recebeu uma denúncia anônima no meio da tarde, e identificando um carro pela placa, autuou em flagrante três estudantes que fumavam maconha no estacionamento da FFLCH, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Ao tentar levá-los para a delegacia, alunos cercaram a viatura e iniciou-se um arranca-Habermas em que destruíram seis viaturas. Até um cavalete foi jogado contra policiais. Desde então, grupos de alunos discutem se querem ou não a Polícia Militar no campus.


Cavalete é arremessado sobre policiais
Desde então, dá para perder de vista o número de vezes em que se escreveu que se ouviria “o outro lado”, o que não sai na “mídia”. Os textos com essa tônica pipocaram em número tão brutal que já fica difícil saber o que a tal “mídia” realmente diria, ao invés da visão dos que dizem criticá-la. Aqui mesmo no Papo de Homem, os maconheiros e agressores foram chamados de “futuros intelectuais”. Os pontos principais dessa desavença são aqui desmistificados por alguém que também conhece a FFLCH de dentro, e sem o velho discurso “crítico” repetido de todo dia.

1. A PM extrapolou suas funções
A grita mais comum é que a polícia teria cometido excessos. Não houve. Qualquer pessoa sabe que a maconha queima solta em qualquer campus de universidade no país. A Cidade Universitária, afastadíssima do restante de São Paulo, é apenas um dos melhores palcos para se fumar um bagulho escondido dos pais. A PM nunca ataca estudantes por isso.

Tudo começou por uma denúncia. Os “críticos” que dizem que toda a “mídia” é “conservadora” não notaram que praticamente nenhum jornal deu atenção ao fato – se alguém denuncia alunos por maconha nos arrebaldes de um local onde ela é comum, alguma coisa esses caras estavam aprontando que foi além do cotidiano. Foi a primeira “extrapolação” que houve – vinda de alunos.

Mostrei no Implicante algumas fotos que os próprios alunos que criticam a PM tiraram, dizendo que a polícia praticou “repressão”. Cuidado com a foto abaixo: a imagem é forte e chocante.


Chamem o Datena!
Dizem que a função da PM é proteger a sociedade, não enquadrar estudante. Ora, as três últimas palavras estão erradas: ser matriculado na USP e ir pra faculdade só pra fumar maconha escondido dos pais não te torna estudante. E quem disse que aluno da USP não pode ser alvo de denúncia se caga fora do pinico?

Tampouco houve “enquadramento” – tudo o que a PM faria seria levar os alunos para a delegacia e os fazerem assinar um termo de compromisso. O próprio diretor do DCE, João Victor de Oliveira, afirmou que os 3 estavam “aceitando” ir pra delegacia (como se precisassem). Qual o problema com isso? Nós sabemos: nesse processo, um PM liga pro papai e pra mamãe dos alunos e assim eles descobrem que aquele menino brilhante estava era puxando fumo no carrão que deram pra ele voltar da USP de noite. Assim descobrem também por onde ele anda perambulando para conseguir a erva – justamente o contrário da proteção que os pais procuraram dar ao filhinho, pagando tão caro. É isso que chamam de “repressão da PM fascista”. Foi para evitar isso que estudantes jogaram pedras e um cavalete em cima de policiais, deixando três deles feridos. Sabe quem vai pagar por isso? É você, seu tonto!

A própria PM sabe que sua função é cuidar da proteção, e não dar uns cascudos em cada maconheiro que encontra no campus, mesmo que bocas-de-fumo extremamente lucrativas existam por toda a Cidade Universitária: há uma que funciona 24 horas pouco antes do prédio invadido da administração da FFLCH, vindo da Letras, em um matagal escuro. Há também uma no CRUSP, o prédio onde deveriam permanecer estudantes de outras cidades, mas que abriga grupos terroristas como o MST e alas radicais de partidos já radicais de extrema-esquerda, e até a máfia nigeriana o dominava na década de 90. Essa fecha cedo, por causa do portão de acesso. Tem outra 24 horas na entrada pra favela São Remo , com portão não vigiado. Os riquíssimos traficantes que fornecem droga aos alunos possuem armamento pesado, como submetralhadoras 9 mm e granadas.

A PM faz vista grossa pra tudo isso. Como fez para o sem-número de alunos que acenderam baseados na cara deles quando foram autuar os três estudantes. É a isso que chamam de fascismo? O coronel Álvaro Batista Camilo orientou os policiais a apenas levá-los para a delegacia e ignorar todos os outros estudantes. Assim seria feito, se não fossem impedidos – apenas para o papai e a mamãe de cada um não ficar sabendo dos hábitos do filhão. Isso é “repressão”?

Há também um fator mais complicado: adoram dizer que a PM é corrupta e só prende pobre. Nesse caso, nem sequer prendeu alunos de classe média, com carro. Ou seja: o que incomodou a gentalha aí foi que a PM não foi corrupta, como mostrou o Urso . Afinal, prende-se o favelado, mas também o burguês. Mas o argumento é que… ela bate em pobre. Em outros casos.

2. A PM no campus não ajuda na segurança
É uma afirmação tirada da cartola. Os dados apontam para o oposto de maneira gritante: simplesmente 92% das ocorrências de crimes diminuíram a partir do convênio com a PM que, após o assassinato no campus em maio, aumentou o policiamento.

Noventa e dois porcento. De 13 roubos (não furtos) de veículos, só um foi registrado no mesmo período posterior. Não teve crime que não diminuiu. E os crimes são de todas as searas: de furtos a sequestros. A USP já sofreu onda de estupro há uma década. É um número que nem está mais contado. Pediram-me a fonte disso. Dica: joguem no Google.

Dizem que a PM já estava liberada de entrar no campus desde 2009, quando prendeu o líder do radicalíssimo SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP), o técnico de ar-condicionado Claudionor Brandão. Em sua ficha corrida, conta-se até envenenamento de comida de dois bandejões para impedir que furassem a greve.

O policiamento, afinal, era pouco. Ou os crimes não teriam caído tanto com a presença policial. Alguém acredita que o estudante Felipe Ramos de Paiva teria sido assassinado dentro da Cidade Universitária se houvesse um PM do seu lado? Ademais, o convênio solicitou a presença de mais 16 policiais para toda a Cidade Universitária. De-zes-seis. Fascismão, hein?

Apenas para poder fumar seu baseado em paz, longe do papai e sem serem incomodados, os alunos inventam “soluções” doidivanas. O diretor do DCE, João Victor de Oliveira , propõe:

“Melhor treinamento da Guarda [Universitária], maior acesso da comunidade externa no interior da Universidade garante (sic) sim a segurança de toda a comunidade.”

Não há dados para tal. A Guarda Universitária, apesar de encantar com o nome, é uma guarda patrimonial. Se vir algum caso de estupro em cima de uma estátua, vai pedir: “Por favor, pode estuprá-la mais pra lá para não sujar a estátua? Obrigado!” E quer “maior” acesso da comunidade externa? Mais traficantes, talvez?

Há dados para o oposto. A estudante Marina Gilli o rebate:

“A PM já diminuiu em 92% o índice de criminalidade aqui na Cidade Universitária – não tem motivo algum pra retirar a PM.”

Ou há um motivo: fumar maconha sem o papai descobrir? Também propõem mais iluminação. De fato, os bandidos andam com dificuldade em achar carro no escuro. Só faltam dizer que câmeras vão coibir algo – aquelas câmeras que vemos flagrando bandidos dia após dia e eles só faltam dar tchauzinho antes de irem embora sem nunca serem identificados.

Fica ainda uma dúvida: há grupos de extrema-direita atuando na USP . Caso resolvam atacar os maconheiros, com ajuda de skinheads (que teriam “livre acesso a USP”), não poderíamos chamar a PM. Como fica? Deixamos os maconheiros apanhando sem ajuda?

3. A polícia não deve atuar na Universidade, lar do livre pensamento
Essa foi a gambiarra mental mais comum, partindo de famosos professores de Direito (Trabalhista, embora ninguém tenha tido coragem de dizer) e Filosofia ligados à extrema-esquerda da própria USP.


Aluno da FFLCH tenta agredir policial com livro de Karl Marx. Sério
É difícil pensar no que diabos a PM no campus atrapalha o livre pensamento. Se possuem toda essa suposta “visão crítica”, deveriam saber por que setores radicais de esquerda são tão dominantes nas universidades: durante a ditadura, o general Golbery do Couto e Silva criou a “teoria da panela de pressão”, supondo que reprimir o pensamento (lá sim!) em todas as esferas iria desestabilizar o regime. Sabiamente, deixou a esquerda se proliferar onde ela é mais inócua: entre os que se julgam intelectuais – exatamente nas universidades. É por isso que partidos nanicos extremistas nunca obtêm mais do que 0,2% dos votos em eleições municipais, mas ganham eleições fraudadas com 20% de diferença do segundo colocado nas eleições para o DCE até hoje – para depois perderem de 30% do partido nanico concorrente também fraudador e ninguém achar estranho.

Ou seja: nem nos anos de chumbo as teorias de extrema esquerda não puderam ser discutidas na universidade. Ademais, O Capital de Karl Marx sempre foi livro obrigatório em qualquer curso de Economia – nitidamente dominado por liberais (livros de liberais e conservadores, por outro lado, são proibidos em cursos dominados por esquerdistas, como o confronto que se deu entre José Guilherme Merquior e Marilena Chauí ali mesmo, na FFLCH).

Esse pessoal que acha que a PM atrapalha o “pensamento livre” anda pesquisando o que na faculdade? Coquetéis molotov nucleares? Ou se acha tão “perigoso” por ler autores arcanos, herméticos e danbrownianos, porém inócuos e facilmente refutáveis como Marx (destruído por Böhm-Bawerk antes mesmo de terminar de escrever O Capital) e Foucault (esmirilhado por Jean Baudrillard, velho fã de Marx e Adorno, em Oublier Foucault)? Acham mesmo que alguma professora de Letras vai analisar o poema da linguicinha do Mário de Andrade , e repentinamente ser interrompida: “Análise subversiva! Teje presa, ó comunista!”?

Caros estudantes da USP: se vocês acham que PM é repressão, experimentem gritar “Karl Marx já era! Viva o capitalismo!” no campus. O que vocês acham que atrapalha mais o “livre pensamento”: PM que só autua aluno com denúncia ou professores que nunca te passaram um livro do qual discordem?

Essa gente acha que alguém tem medo dos seus livrinhos. Algumas pessoas dão a vida por uma ideologia. Outras, dão um bocejo.

4. Maconha é menos perigosa do que bomba de gás lacrimogêneo
As armas dos traficantes da favela São Remo são suficientes para convencer aquela minoritária parcela da população que consegue unir premissa à consequência. Aos que estão em dificuldade, explico: pode-se lutar pela liberação da droga. Eu mesmo, como a maioria absoluta dos liberais (ao contrário da crença da religião esquerdista), luto por sua legalização.

Acontece que, enquanto elas não são legalizadas, não se deve fumar. É tão simples quanto parece. Quando você paga seu bagulho, não está pagando só pelo produto – está dando dinheiro pro traficante comprar armas, subornar policiais mal-pagos, colocar crianças no tráfico. Dói tanto assim ficar sem queimar uma brenfa? Alguém pode me explicar por toda a Humanidade no que caralhos maconha é melhor do que sexo? Acredito que falta muita vida sexual pra esse povo.

Você pode não ver os efeitos devastadores da droga. Mas isso só se não tiver muita capacidade lógica. Sendo aluno da USP, é de bom alvitre demonstrar alguma. O traficante não é um vendedor qualquer, que “precisa” vender maconha. Não é como um vendedor de melancia, que se a melancia fosse ilegal, “precisaria” só vender melancia. Traficante é um capitalista que te passa mais a perna do que operadora de telefonia. Tente ligar pro seu traficante e cancelar o serviço pra você ver o que te acontece. Aí você vê a violência na favela onde compra sua cannabis e não nota que quem mata as pessoas é você? Não viram O Poderoso Chefão? Não viram Tropa de Elite?


Enquanto isso, um estudante morre por latrocínio dentro do campus . Ninguém percebe que quem o matou, muito provavelmente, era algum traficante que ficou com preguiça de voltar a pé pra casa?

E bomba de efeito moral (infelizmente, não faz alunos saírem por aí discutindo Kierkegaard e Camus) só é usada em defesa. Sinto muito, mas dizer que “policiais soltaram até bombas” é confissão de culpa. Gás lacrimogêneo deixa até o policial que o utiliza com os olhos chorando. Mas é justamente para não machucar aluno. Já o cavalete e a chuva de pedras que jogaram nos policiais, que não demonstravam agressividade anterior foram, sim, objetivados a ferir.

Custa fazer a marofa em casa? Opa. Custa. O papai pode descobrir e te deixar sem TV a cabo. Ou, então, você vai ser obrigado a sair da barra da saia da mamãe e ir morar sozinho pra queimar seu beck. Aí, acabará rapidinho tendo preocupações mais urgentes, como impostos, do que “drogas recreativas”.

É bom mudar o discurso, ou rapidinho descobriremos que toda pessoa contra a PM no campus da USP foi criada a leite de pêra pela avó.

5. Os estudantes decidiram em assembleia
Aqui vai uma boa mentira: uma democracia significa um homem, um voto. Há a campanha #PlebiscitoJá para mostrar que, quando essa regra é seguida, os resultados pró-PM e anti-baderna são acachapantes (e há mecanismos on-line internos da USP para tal).



Isso é ponto pacífico. Para evitar que percam vergonhosamente, há uma tática comum da galera pró-baderna: “decidir” tudo por “assembleias”. Isto é, marca-se uma reunião, em 102% dos casos em horário de aula (mesmo de prova), em que se “vota” algum tema.

Como quem mais pode cabular aulas são (não é preciso argumentar) o povo da maconha e da violência, conseguem uma derrota menos inglória. Ainda assim, costumam perder. O mecanismo padrão, assim que uma votação contra invasão de prédios, greves ou PM se mostra um fracasso, é cancelar a assembleia e marcar uma outra. Assim, nova aula cabulada, nova votação – dessa vez com menos gente sendo obrigada a matar aula apenas para votar por ter aula. O mecanismo geralmente se repete três, quatro, cinco vezes até que conseguem “votar” alguma coisa. Enquanto isso, dizem que votações “um homem, um voto” não lhes representam.

Os votos nas assembleias são contados pedindo-se para se levantar a mão e contando, no olhômetro, quantas mãos se levantaram de um lado, quantas se levantaram de outro. Convido o leitor a contar quantas mãos estão levantadas nessa foto, da última assembleia, na terça-feira (dia 1.º de novembro), estrategicamente marcada para o horário das aulas no mesmo dia em que marcaram um evento pró-permanência da PM (assim, os que foram ao evento não conseguiriam votar contra suas propostas):


Se perder a conta, comece de novo
Nesta assembleia, diga-se, votou-se, no olhômetro (enquanto pessoas cansavam-se de ficar com a mão levantada, andavam de um lado pro outro etc.), que o prédio invadido da administração da FFLCH deveria ser desocupado. O que fizeram os perdedores? Indignados, invadiram o prédio da reitoria. É uma imposição fascista de suas vontades tão deslavada que poderiam simplesmente suspender as “assembleias” e se livrar ao menos da hipocrisia de fingir que estão se lixando para alguém além de seus umbigos.


Explicação: a PM é fascista. Os estudantes da USP são democráticos. Por isso invadiram um prédio da FFLCH e depois a reitoria. Pra poder dialogar. Não foi porque descobriram que na reitoria havia vários balaios cheios de roupa suja pra lavar.

6. Um prédio público foi ocupado
É um termo que deve ter sido cunhado por algum advogado de porta de cadeia espertinho. “Ocupação” pode ser militar (como a do Iraque) ou pode-se ocupar um lugar temporariamente para depois desocupá-lo (como uma cadeira numa sala de aula).

Quando estudantes precisam esconder o rosto e tomam à força, com barricadas, um prédio público, impedindo que alguém além deles próprios adentrem o que é de todos (não só deles) e impedem suas funções com paus e pedras, o que aconteceu foi uma “invasão”. O problema é que o termo correto demonstra até para uma muriçoca que está se cometendo um crime. A saída é passar um marketing no vocábulo. A dita “mídia conservadora” nem percebe e cai na mutreta dos criminosos.

7. A USP tem memória histórica recente de violência da PM, na época da ditadura
A ditadura acabou há mais tempo do que ela durou. Alunos na casa dos 20 anos andam regurgitando esse clichê despudoradamente. Os pais deles não viveram a ditadura direito. A memória histórica dessa galera inclui Toddyinho, Danoninho, Cavaleiros do Zodíaco e Teletubbies.

Em contrapartida, “esquecem-se” da memória muito mais recente da violência dos próprios grupos extremistas que tentam expulsar a PM do campus.


8. A PM é parte da privatização do ensino
Por fim, se unir premissa à consequência não deu certo até agora, falta um exercício simples.

Criticam a PM por ser “instrumento da ditadura”. Ao mesmo tempo, criticam a privatização do ensino. Uma coisa é quase oposta à outra.

Mas, sem a PM, o que cada unidade da USP terá de fazer para garantir a segurança? Contratar segurança privada. Uma espécie de Blackwater uspiana. A diferença é que todo mundo sabe que nenhum segurança particular tem coragem de olhar torto pra um estudante, que já corre o risco de estampar os jornais.

Se for pra poder fumar bagulho em paz, mesmo às custas de latrocínios e sequestros, aí até a extrema esquerda vira a favor da privatização.


FLAVIO MORGENSTERN
Escritor, redator, tradutor e faz-tudo com textos, exceto aviões de papel. Gosta das coisas boas da vida: cultura greco-romana, língua latina, fenomenologia alemã, literatura americana e pornografia russa. Calunia em um blog pessoal e um político . No Twitter, @flaviomorgen .

PUBLICADO EM : http://papodehomem.com.br/8-mentiras-que-voce-anda-lendo-sobre-a-pm-na-usp/


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A falta de noção da sociedade ou de membros desta, que detêm o poder de formar opinião.

A violência que vem assolando nosso estado - em particular a região de Dourados - anda mexendo com o imaginário das pessoas.
Volta e meia nos deparamos com comentários na imprensa do tipo: que saudade do coronel Adib, de fulano, de sicrano e outros comentários mais assustadores ainda, afirmando que tem que matar os bandidos, que bandido bom é bandido morto e coisas similares.
Quando esse tipo de comentário surge do povo ainda podemos até entender, visto que são feitos no momento de ira, de raiva até pela inércia de nossas leis, nunca das polícias, pois estas estão trabalhando e muito para tentar dar o mínimo possível de segurança que a população exige e merece, mas as leis brasileiras estão muito aquém do mínimo de funcionalidade.
Esses dias ao ler um informativo local fiquei estarrecido ao me deparar com o autor do texto, jornalista muito conhecido, questionando o porquê das coisas terem mudado em Dourados, pois já há muito tempo passado desde a instauração da OWARI e URAGANO e ninguém morreu ainda, ninguém foi assassinado, como se estivesse cobrando que os envolvidos passem a se digladiar em confrontos sanguinolentos que há muito Dourados varreu de sua história, salvo uns e outros que esporadicamente acontecem com pessoas simples do povo.
A pretensa sede de justiça está se alvoroçando cada vez mais nas chamadas cabeças pensantes midiáticas, a tal ponto que hoje, dia 03 de outubro vi um artigo de outro jornalista, (publicado em setembro) também muito conhecido em nossa cidade, no qual o mesmo pede que o Poder Judiciário e o MPE liberem um delegado para montar uma equipe de pit bull’s para sair à caça de marginais em nossa cidade.
Calma ai gente; estamos mesmo lendo isso? Será esse o caminho?
Nós cidadãos temos que observar que ultimamente os jornais locais estão “importando” noticias de assassinatos, de mortes, buscando essas manchetes em jornais de todo o Brasil, pois Dourados já não é mais um fornecedor de cadáveres para o IBOPE das mídias locais, que a segurança pode estar sim deficitária em algum ponto, mas mesmo diante desse quadro Dourados em vista do que era ha uns 15, 20 anos atrás pode ser considerada uma cidade pacifica, no quesito a crimes hediondos. O que podemos fazer é se organizar enquanto sociedade e ir em busca de soluções dentro da legalidade, não se criar esquadrões da morte e sair por ai matando a torto e direito pessoas que nem são ameaças reais a sociedade. Não podemos compactuar com idéias como essas de duas pessoas que podem e são formadores de opinião, visto a capacidade das pessoas em distorcer palavras, senão daqui a pouco estaremos realmente vivendo em uma praça de guerra.
Cabe as policias sim, prevenir e reprimir quando a prevenção falha, e prender os infratores sempre preservando vidas, que é o trabalho e a missão da polícia, a preservação da vida, e posteriormente apresentar esse infrator ao MPE e ao JUDICIARIO, os quais são os aplicadores da lei.
Fica aqui um alerta aos profissionais da imprensa, que sejam comedidos ao expressar sua opinião, pois ela tem poder, tem força e faz com que cabeças perturbadas saiam às ruas promovendo barbáries sem controle, achando que é direito de cada um tomar a lei nas próprias mãos.

sábado, 24 de setembro de 2011

A influência do capitalismo sobre o sistema de segurança pública.

O aumento considerável da violência na cidade de Dourados somado às tantas tentativas de se explicar as motivações (ou de certo modo achar um culpado) muitas vezes de uma forma a se livrar da parcela desta culpa de que cada cidadão tem no surgimento deste fenômeno em nossa cidade, fez com que me motivasse a escrever este artigo opinião. Motivação esta que se faz por muitas vezes por ouvir alguns apontamentos feitos de forma precipitada nesta busca de qual seria motivo para tanta violência. Apontamentos estes que acabam se tornando verdade, então venho através deste texto tentar mostrar meu ponto de vista e quem sabe possa ser aproveitado da melhor maneira para quem interessar tal assunto.
Primeiramente venho a questionar qual seria o papel do Estado na segurança púbica e se há realmente interesse em solucionar esse problema.
Antes de tentar responder a esta questão, devemos observar que o crime tem se tornado um dos negócios (por que não dizer, uma empresa) das mais lucrativas em nosso país. E dentro dessa perspectiva, aquele garoto e aquela menina pobre, que só conseguia ver uma oportunidade de se inserir num melhor status dentro desta sociedade capitalista, de forma a usufruir dos “benefícios” deste sistema se conseguisse se tornar um grande jogador de futebol ou uma renomada modelo, hoje passa a ver no crime uma forma de alcançar prestígio e melhor status social.
No caso de nossa cidade pode-se perceber a chegada de novas empresas se instalando em Dourados, que se utilizam de benefícios fiscais para aqui se instalarem e obterem lucros altíssimos, enquanto o trabalhador é sobrecarregado em uma carga horária desumanizadora, somado aos baixos salários e a falta de infra-estrutura existente em Dourados como a não existência de vagas em creches, escolas precárias, sem falar num sistema de saúde pública ineficaz e o mercado imobiliário que cobra preços muito além da capacidade deste trabalhador viver dignamente, este quadro pode ser um fator preponderante para esse aumento da violência.
E o que poder público vem fazendo para solucionar este problema?
Vejo que só vem “jogando a sujeira pra baixo do tapete”. Resta saber até quando este tapete irá suportar tanta sujeira.
A segurança pública, assim como outros setores da esfera estatal, que não trazem lucro imediatos, sempre foram vistos como gasto e não como investimento, tornando este totalmente obsoleto.
Pode-se perceber agentes de segurança desmotivados tanto pelos salários, falta de estrutura, e falta de compreensão da população sobre a importância destes agentes no sistema de segurança.
Porém, vou me restringir aqui a falar sobre a lógica capitalista que faz com que os governantes se utilizem do público em detrimento do privado.
É evidente que a preocupação dos governantes não é solucionar o problema, mas sim evitar que esse “mal” não venha a atingir a integridade e o patrimônio da classe alta, como por exemplo, o que sempre foi feito na cidade do Rio de Janeiro, que é evitar que o pobre marginalizado desça do morro e venha atingir o patrimônio do rico na “Zona Sul”.
E em Dourados, seria diferente da cidade do Rio de Janeiro? No meu ponto de vista não, só muda de forma, mas o conteúdo é o mesmo.
Um exemplo disso é a lei complementar 122, no município de Dourados que proíbe a instalação de estabelecimento prisional na região do interditado presídio semi-aberto.
É notório o incomodo e a tentativa da classe alta de tirar estes “marginais” de perto do quintal de suas mansões, como se estes ricos não tivessem sua parcela de culpa na marginalização destes cidadãos.
Concluo dizendo que enquanto não rompermos com a lógica desumanizadora do capital, fazendo com que cada vez se esqueça do valor do ser humano em troca de lucros e a produção do capital a qualquer preço, este capital que acaba ficando na mão de minoria, a violência vai ser uma constante na vida de uma parcela significativa da população. Exigir através de nossos governantes uma boa qualidade de vida e assumirmos nossa culpa no aumento significativo deste fenômeno pode ser um grande passo para encontrarmos a solução e assim vivermos dias melhores.

Gleilson Santos Mendes
Acadêmico de Ciências Sociais da UFGD.
Policial Militar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Comandante da PM diz que população deve estar ciente da importância do B.O



http://www.douradosnews.com.br/dourados/comandante-da-pm-diz-que-populacao-deve-estar-ciente-da-importancia-do-b-o
Thalyta Andrade e Osvaldo Duarte
 
Ten. Cel. Ary Carlos Barbosa ressaltou a importância da colaboração da população durante coletiva no 3ºBPM. Foto: Osvaldo Duarte
Em coletiva realizada hoje pela manhã no 3º Batalhão de Polícia Militar, o Tenente Coronel Ary Carlos Barbosa, comandante da corporação, solicitou que a população de Dourados registre Boletim de Ocorrência sempre que for vítima de algum delito.
Conforme o comandante, as reclamações com relação a falta de policiamento em determinadas áreas da cidade se devem a falta de registro. Isto porque o deslocamento de efetivo é feito conforme os dados estatísticos baseados nas ocorrências registradas. Quando a pessoa é vítima de algum crime, como furto, assalto, e deixa de fazer o registro de ocorrência, a polícia acaba não tendo como identificar os pontos críticos na cidade.
Além da solicitação para que a população ajude no combate aos crimes na cidade, o comandante também informou que os chamados “arrastões” nos bairros vão continuar. Conforme ele, a ação tem apresentado resultados positivos.
Além do Tenente Coronel Ary Carlos Barbosa, estiveram presentes na coletiva de hoje os Tenentes Caramalac, Da Silva e Padilha, o Major Woltaire, além de outros oficiais da PM.

Registro deve ser feito em qualquer caso

De acordo com informações do setor de estatísticas do 3º Batalhão de Polícia Militar em entrevista concedida ao Dourados News no dia 20 deste mês, muitas pessoas que são furtadas e roubadas na cidade não registram boletim de ocorrência.
“Conforme o nosso mapeamento de ocorrências, na região próxima as universidades (Jardim Universitário), por exemplo, o número de roubos é de 4 em 40 dias. Enquanto isso na área central da cidade, nós temos uma média de 13 roubos no mesmo período. Por isso as pessoas devem se conscientizar de que é muito importante fazer o boletim de ocorrência, porque são esses registros que orientam onde o patrulhamento da PM deve estar”, diz o Sargento Julio Cesar Teles Aguelho, responsável pelo setor.
Ainda de acordo com informações da PM, muitas pessoas, em alguns caso, acabam considerando o crime de pouca importância (como é o caso de furto de celulares, por exemplo). No entanto, essa atitude dificulta o trabalho da PM, que sem os dados não pode identificar os pontos da cidade que necessitam de policiamento.
"Todo mundo que é vítima de algum crime, por menor que a pessoa ache que ele seja, como roubo de celular, ou coisas do tipo, deve registrar sim o boletim de ocorrência. Hoje em dia nós da polícia temos inclusive uma ferramenta muito simples, o B.O virtual, que é bem simples e pode ser feito no site da polícia civil (www.pc.ms.gov.br)”, finaliza o sargento.

(10) Comentários

até esses dias tinha na porta da delegacia:NÃO BATA NA PORTA; NÃO BATA NO VIDRO; NÃO BATA NO BALCÃO; AGUARDE SER ATENDIDO - "SEJA EDUCADO".... 
só que NUNCA tem ninguem la para atender, você fica por mais de horas la esperando para ser mal atendido, parece que os policiais civil ACHAM que estão fazendo favor em atender o povo.ELES GANHAM E BEM PARA ISSO, NAO FAZEM POR CARIDADE!
 
luiz phellipe em 01 de setembro de 2011 - quinta às 12:29
O idióta que se doeu deve trabalhar lá na delegacia e deve ser um dos que atendem mau as pessoas que lá comparecem para registrar um B.O. isso é dourados.
 
Camilo em 31 de agosto de 2011 - quarta às 16:13
Infelizmente meu depoimento vai na contramão dos que constam nestes comentários.

Por 3 vezes necessitei registrar boletim de ocorrências em Dourados e felizmente fui bem atendido. Tive sorte em recuperar meus bens sem necessidade de investigação.O servidor público trabalha em suas limitações, portanto, a boa educação e a simpatia deve imperar nas relações para que consigamos os favores, que na realidade, deveria ser nossos benefícios.Acredito que as delegacias como qualquer órogão público deveriam instituir avaliação ode desempenho e de serviços, para colher a opinião do público e promover treinamentos e capacitações ao servidores, que também são seres humunos e contribuintes. em qualquer momento necessitarão dos mesmoso serviços.Está correta a orientação do nosso comandante, pois não denunciar e não fazer boletim de ocorrência é contribuir para que os delitos possam se perpetuar. Se não resolver, valeu a pena tentar. É melhor levar 5 horas aguardando um fazer um BO, do que perder a esperança de colocar um bandido ou um vagabundo em seu devido lugar.Infelizmente não temos um escrivão parap cada brasileiro. Os cafézinhos e o descanso também fazem parte do dia-a-dia de todo trabalhador, mesmo sendo funcionário público.Com todo respeito, dizer ao cidadão lesado que não adianta fazer BO é um caso de popícia.
 
Cidadão. em 31 de agosto de 2011 - quarta às 15:16
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk conta outra piada!!!!!!!!! registrar um B.O em dourados é pra quem não tem mais nada o que fazer, se vc for registrar um B.O vc perde a metade do dia sentado na delegacia, se isso não é pra rir conta outra meu chapa.
 
Ari em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:59
Ele fala como se fosse fácil registrar um B.O nas delegacias de Dourados, vc fica horas na delegacia aguardando e os policiais e escrivãos tomando cafézinho e batendo papo e vc fica lá com cara de bobo, esses dia fui assaltado o escrivão disse que não adiantava registrar B.O porque eu não sabia quem tinha me assaltado, pode um negócio desses?? esse Tenente Coronel Ary não conhece as delegacias daqui de dourados.
 
Hélio Romeiro em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:53
Prefiro não registrar do que passar humilhação naquela Polícia Civil, a grande maioria não tem um pingo de preparo para lidar com o público, acho que se não estão satisfeitos vai trabalhar em outro lugar porque ninguém apontou a arma na cabeça deles e obrigaram eles a ser policial, então tenha o mínimo de respeito com a população. Atire a primeira pedra quem nunca foi tratado como bandido na polícia civil.
 
Renato Silva em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:50
PARABENS PELA REPORTAGEM, POREM INFELIZMENTE NEM TODOS TEM ACESSO A INTERNET, SERIA INTERESSANTE UMA DIVULGAÇÃO NA MÍDIA, RADIO, TV.......
 
Ellen em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:24
A verdade é que se tiver mais policias fazendo rondas em toda cidade não haveria tantos assaltos,pois no fim do ano em cada esquina no CENTRO DA CIDADE tem uma farda enquanto nos bairros ou até imediações do centro, trabalhadores PAGADORES DE IMPÓSTOS são assaltados até mesmo agredidos.Será que o problema é a falta de BO?????Sabemos que é importante fazer o boletim mais não da retorno algum para população não vi redução nenhuma de criminalidade...????
 
jakeline em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:15
E louvavel os desejos da nossa instituiçao publica, o que muitas vezes a sociedade tem que cumprir com o seu papel e muito bem lembrado a questao dos registros dos BOs, isso contribui muito para as forças policiais principalmente em relaçao ao combate a repressao a todos os tipos de crimes.
Por outro lado é interessante os orgaos publicos entender que por parte da populaçao existe um descredito enorme, nao em relaçao as forças das policias judiciarias, mas em relaçao a fragil legislaçao, e para piorar a vida da segurança publica ainda criaram mais essa lei que so vai para cadeia os crimes de grande repercusao, se for crime leve o vagabundo presta depoimento paga fiança e vai cometer novos crimes, a lei favorece a esse tipo de afronta, isso nao e culpa da PM, PF, PRF, PC, Força Nacional, isso e irresponsabilidade, incompetencia e omissao por parte dos legisladores Federais, que deveriam implementar leis com maor rigor para todos infratores, desde um crime comum ao mais ediondo, nao deixar a responsabilidade as custas da Segurança publica e da populaçao, eles estao la sendo muitissimo bem pagos por nos, para nos representar e representar bem, caso contrario vamos ter uma segurança fragil, debilitada, ofegante, inoperante e absolutamente deficiente em todos os sentidos.
Senhores comandantes parabens pelo honroso trabalho de vocês, vocês fazem alem do dever de casa, minha critica nao é direcionada a voces e sim a esse poder legislativo federal um abstrato de gente comprometida, que deixam vocês tambem reféns da marginalidade porque tiram autonomia de vocês e do judiciario, ai está uma das explicaçoes da baixa participaçao da sociedade em relaçao aos registros de BOs, primeiro porque e muito demorado para se fazer o registro, e depois nao tem uma resposta a altura do que realmente se espera da justiça.
Eu ja fui vitima de roubo, fiquei numa delegacia para fazer um registro 04 horas e meia, para depois me dizerem nao podemos fazer muita coisa, e ficou por isso mesmo, nao foi no meu lindo Matogrosso do Sul, foi em SP, sou sul matogrossensse com orgulho e conheço de perto nossos organismos da segurança publica, isso que nos deixa tristes, revoltados e chateados, porque o orgao publico se encotra de maus e pes atados diante do comprimento do seus deveres, conforme preve a CF.
 
ivan em 31 de agosto de 2011 - quarta às 12:04
Se não fosse tão burocrático para registrar o B.O talvez a população o fizesse. Tem que ser em dia útil e horário comercial como se os criminosos agissem desta forma. Eita brasilsão que só retrocede KKKK
 
Divina Mendonça em 31 de agosto de 2011 - quarta às 11:48

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