sexta-feira, 1 de julho de 2022

 Relatos da Primeira Depilação!


"Tenta sim. Vai ficar lindo..."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos m...e avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de "Calígula" com "O albergue".
Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo.
De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- .é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma esp átula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.
"Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra
quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la.
Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pelo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo: "Baixe a calcinha".... como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar?!... eu estava com
sede de vingança.
Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem para nós mulheres!
TEXTO DE VALERIA SEMERARO
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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Ruínas

Se é sempre Outono o rir das Primaveras, 
Castelos, um a um, deixa-os cair... 
Que a vida é um constante derruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

E deixa sobre as ruínas crescer heras, 
Deixa-as beijar as pedras e florir! 
Que a vida é um contínuo destruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

Deixa tombar meus rútilos castelos! 
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los 
Mais alto do que as águias pelo ar! 

Sonhos que tombam! Derrocada louca! 
São como os beijos duma linda boca! 
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar. 

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade" 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Lembranças

Vou contar uma história do meu velho. Vou contar uma história do seu Zé e das suas peripécias. E prometo que vou escrever e só vou sorrir porque tristeza não combinava com o meu pai. Quando chegar ao fim deste texto haverei de estar gargalhando com a lembrança que minha mente foi hoje buscar no passado.
Meu pai gostava muito de futebol. Colorado roxo, doente, fanático. Meu pai amava o seu Internacional. Amava tanto que uma vez, quando o Inter foi campeão gaúcho, colocou uma toalha que a gente tinha que era o emblema do time no capô do fusca e se foi rua do Comércio afora buzinando. Depois, estacionou o nosso fusca azul no barzinho do seu Delico (um gremista inveterado) e, enrolado na toalha do Inter entrou gritando: "Eu só vim comprar um cigarro!"
Dia de Gre-nal em casa era um dia sagrado. Às vezes, minha mãe fazia pipocas e a gente sentava no chão, meu irmão e eu, perto da cadeira de balanço dele e ficávamos passando aquela bacia cheia de pipocas para lá e cá. Às vezes só ia para lá, e nós dois ficávamos olhando ele comer as pipocas e xingar os jogadores. Em um domingo desses, ainda no primeiro tempo do jogo, meu pai enroscou a língua naquilo que antigamente se chamava "ponte". Acho que nem tem mais isso hoje...
Pois bem, no apuro de soltar a língua ele rasgou a miserável naquele ferro da ponte. E uma veia de debaixo da língua cortou e voou sangue para todo lado. Foi um Deus nos acuda! Eu berrava e meu irmão berrava porque me via berrar. E minha mãe já quase infartando querendo levar ele para o hospital a todo pano.... E o velho, cuspindo sangue na pia do banheiro, impassível, agarrou a toalha de rosto e se sentou de novo na sua cadeira de balanço.
"Zé, tu tem que ir pro hospital!" dizia minha mãe. E meu pai segurando a toalha embaixo do queixo olhou para ela e disse: " Depois do primeiro tempo! Não posso perder o jogo, porque se eu não assistir o Inter vai perder!" E ali ele ficou. Nada arredou ele da cadeira. Se o Inter ganhou ou perdeu o primeiro tempo do Gre-nal eu não lembro.
Lembro da minha mãe praticamente arrastando ele para dentro do bendito fusca azul. Lembro de mim e do meu irmão encarapitados no banco de trás e do nosso pai sangrando com a toalha de rosto na mão, toda suja, blasfemando porque não queria perder o jogo. E que fizessem o curativo ligeiro que ele não podia perder o Gre-nal!
Lembro da gente entrando no Hospital de Caridade em Ijuí e do médico plantonista olhando aquela cena bizarra com uma cara de apavoro e do meu pai rosnando "Ligeiro, ligeiro, que o Inter tá jogando!" Mas não foi "ligeiro, ligeiro" como ele queria não. Foi bem mais devagar porque ele levou pontos embaixo da língua, acho que uns 4 ou 5.
Não vimos o final do Gre-nal. Mas meu pai levou a gente no Correntão e comemos um X no prato que é coisa que só no sul você vê, acompanhado daquela coca-cola de garrafa de vidro. Ele e a minha mãe tomaram umas cervejas e depois voltamos para casa. E mesmo com o acidente foi um domingo feliz. Daqueles que você nunca mais esquece e que, com o passar dos anos e das águas pela ponte da memória, se tornam ainda mais belos.
Eu prometi que ia escrever esse texto sorrindo, meu velho, e de fato sorrindo estou. Tenho certeza de que você se lembraria desse feito e ainda poria a língua para fora para mostrar o sinal dos pontos, só ilustrando melhor a minha escrita. Esse ano, pai, eu termino de cumprir uma promessa que lhe fiz. Talvez a mais importante de todas. Nós três sabemos o que é: você, eu e o meu irmão.
Tenho certeza de que quando a hora chegar, você vai estar lá sentado junto com a gente. E vai estar sorrindo. E vai colocar a sua língua para fora e fazer caretas para nos fazer rir, como você fazia. Porque mesmo com todo o tempo passado, mesmo com toda a nossa caminhada, velho querido, ainda somos as mesmas crianças que achavam que o X no prato era o maior lanche do mundo e que a coca-cola de garrafa de vidro era a coisa mais fantástica.
Mesmo adultos, pai, ainda queremos subir no Oggi e ir para Chorão, naquele posto de gasolina comer Diamante Negro. Ainda queremos soltar pipa. Brincar com nosso estilingue. Jogar bola no gramado de casa, e vôlei tendo o muro como rede. Mesmo adultos queremos o seu abraço e o seu beijo, queremos que você volte a nos pegar no colo.
Esse ano, quando a hora chegar, eu sei que você vai estar lá. E um dia, quando nos reencontrarmos, quando eu for poeira entre as estrelas e puder me aproximar da estrela maior que é você, sei que você vai me olhar sorrindo. E vai me devolver o sorriso que faz 24 agostos, a vida sorrateiramente tirou de mim.
Te amo, meu velho. Te amo tanto e com uma força tão imensa que me chega a doer...

Por MarciaMedeiros

domingo, 4 de agosto de 2013

BRASIL, acorda, mas vê com quem anda nas ruas!

O Brasil acordou um dia cheio de vontade de mudar, e num rompante foi às ruas, formou uma multidão que passou a gritar diversas ‘palavras de ordem’; dentre elas a redução da tarifa do transporte público, exigir o fim da corrupção, a transparência nos atos governamentais, o fim de várias PEC’s e muitas outras reivindicações de maior ou menor relevância, porém os brasileiros foram às ruas feitos leões e dominaram a cena por vários dias. Abriram frente para novas manifestações de diversos segmentos sociais e sindicais, parecia mesmo que iria engrenar a volta por cima, a mais fantástica virada de jogo que jamais presenciamos, e infelizmente, não será agora que iremos presenciar. Com o acordo feito pelas lideranças do movimento estudantil pela redução da tarifa dos transportes públicos o movimento esvaziou-se, os manifestantes ficaram sem norte, sem foco, e a partir daí o que se vê são algumas pessoas verdadeiramente buscando por mudanças de interesse geral e coletivo, e os chamados “vândalos”, os quais estão prestando um desserviço para todas as camadas sociais e políticas envolvidas nos movimentos.

Agora irritados com tudo e com todos, os manifestantes elegeram os culpados absolutos de tudo que ocorre no Brasil; Cabral no Rio de Janeiro e Alckmin em São Paulo, e logicamente as duas polícias militares dos estados citados como os carrascos sanguinários a serviço dos podres poderes. Já eleitos os culpados, vamos focar nossa ira nisso, enquanto em Brasília os senadores, deputados e a presidenta deitam e rolam em cima da plebe, aprovando a toque de caixa tudo o que querem, e a cada vez mais distanciando os rebeldes do poder. Foi rejeitado o projeto da Lei da Ficha Limpa, foi aprovado o Estatuto do Nascituro, os ministros, (39 ministros), soltam pérolas e mais pérolas desconexas que fazem à alegria do povo; quando este povo não está lá quebrando os bancos bilionários, as lojas chiques e concessionárias de veículos de luxo. Será que é por não poderem adquirir um desses bens? Creio que não seja por isso; quebram por quebrar, pra desestabilizar o estado.

Depois ainda vem para a internet e brigam com quem não concorda com os atos perpetrados por eles, querendo e exigindo que o lado deles, o ponto de vista deles sejam as únicas verdades aceitas. Algumas dezenas de pessoas que vão as ruas para atritar, afrontar e promover o confronto com as policias, carregando faixas exigindo o fim das POLICIAS MILITARES, instituições centenárias, que ao contrário do que alguns desavisados afirmam, não são resquícios de nenhuma ditadura, pois nasceram anos antes disso.

Vamos parar e repensar todo esse movimento senhores e senhoras revolucionários.

O povo brasileiro já mostrou a sua força, a hora agora é de planejar a continuidade do movimento, não parar, nem esmorecer.

Que tal passar a exigir a moralidade do congresso nacional?

O fim da corrupção, já que nosso congresso está infestado de corruptos, alguns já condenados a regime fechado pela roubalheira do mensalão, o atual partido está no poder a 10 anos e nunca houve tanta falcatrua, desvio de verbas, uso de influência, lobby, aparelhamento da máquina pública, enriquecimento ilícito de parentes dos chamados primeiro escalão.

Vamos exigir a saída de Renan Calheiros da presidência do senado, de Jose Genoíno e de Luiz Paulo Cunha da CCJ!

Vamos exigir a renúncia de todos os chamados “ficha suja” que reinam e estão lá criando leis e surrupiando nossos impostos. Vamos dar uma basta definitivo nisso tudo, força já mostramos ao mundo inteiro que temos!

A luta real não pode parar, vamos novamente as ruas e continuar exigindo nossos direitos, exigir que os governantes trabalhem para o povo e não o povo trabalhar pra sustentar seus luxos e mamatas!

E vocês que estão quebrando tudo nas manifestações, fiquem em suas casas, ou nos gabinetes onde são lacaios de opositores e não vão mais para as ruas incentivar pessoas motivadas por ideais a tornarem-se vândalos como você!

domingo, 31 de março de 2013



VIDA
Uma vida foi salva
Sete dias durou a sua glória
Exatos sete dias 
Como quem reza uma missa
No seu caso pela vida
Não esperava absolvição 
Fez apenas o seu trabalho
Lembrou-se do seu juramento
Do hino tantas vezes cantado
“Teu heroísmo cantaram os pampas
Teu denodo proclama os sertões”
E o que faremos sem nossos heróis?
Ceifados de forma tão cruel
Por dedicarem seu tempo 
Para proteger quem precisa de proteção
Para nos dar um pouco de paz
Arriscam suas vidas
Em muitos casos sem recompensa
Nem ao menos um obrigado
Julgados pelo tribunal 
De uma sociedade hipócrita
Que busca erros com telescópios 
E finge não ver os acertos
Porque é mais fácil julgar e condenar.
Guerreiros que são
Nunca fugiram à luta
Mesmo tento tanto a perder
Eles sempre lutaram por mim
E por você.


Malu Aguiar!

sábado, 16 de março de 2013

ALIENAÇÃO PARENTAL: SUA ABORDAGEM NA MÍDIA


Há alguns meses venho colaborando através das redes sociais, principalmente na página da ONG Pais por Justiça, e Síndrome da Alienação Parental coletando materiais que possam contribuir com o fim dessa prática. Fiquei feliz ao saber que a novela atual que aparece no horário nobre da emissora mais popular do Brasil estaria debatendo o assunto e fiquei ansioso pra saber como o tema estava sendo abordado e procurando vídeos no youtube, mais uma vez me decepcionei com a emissora, primeiro porque ela coloca o alienador um homem, sendo que a grande maioria da alienação é feita por mulheres. 
Mas primeiro vou tentar explicar do que se trata a síndrome da alienação parental, fatores históricos e sociais que possam ter contribuído para o aumento dessa prática desumana e covarde.
A síndrome da alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem tenha a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou cause prejuízo ao estabelecimento ou a manutenção do vínculo com estes. (Art. 2◦, lei 12.318 de 26 de agosto de 2010).
A síndrome foi detectada pelo psicólogo Richard Gardner, no início de 1980. A síndrome geralmente ocorre ao fim de um relacionamento onde há um dos genitores não aceitando esse fim, resolve promover ações difamatórias que vai desde acusações mais simples até outras um tanto quanto graves, como falsa acusações de violência doméstica e falsa acusação de estupro. A alienação pode começar dentro do casamento motivado por um sentimento de posse que se tem da parte do genitor à criança.
Agora antes de retomar o tema da mídia, gostaria de analisar que questões sociais e/ou sociológicas podem ter afetado o aumento dessa prática. Por volta dos anos de 70, os movimentos feministas conseguiram uma conquista muito grande que foi o direito ao divórcio, podendo assim ter voz ativa, tendo assim maior liberdade e dando um passo enorme para maiores conquistas, como anos depois a lei Maria da Penha. Porém, essas conquistas acabaram criando uma nova formação de família, as famílias monoparentais e é aí que se gera uma crise e novos conflitos. De um lado uma sociedade ainda machista e patriarcal, de outro a falta de esclarecimento sobre os movimentos feministas e suas causas, de outro que para mim o mais grave; um poder judiciário preconceituoso e assim como toda a sociedade incapaz de perceber a gravidade que causa a alienação parental, que tem o homem como incapaz de sustentar, criar, educar seus filhos simplesmente por serem homens. Via de regra as guardas vão automaticamente para as mulheres, simplesmente por serem mulheres, cabendo ao homem ter que provar a incapacidade destas de proporcionar uma formação social e pessoal satisfatória a criança.
Deve se esclarecer que o movimento feminista acima citado não é o causador do conflito, mas sim agente transformador da sociedade e o grande gerador desse conflito é essa própria transformação da sociedade que ocorreu por diversos motivos: movimentos em defesas a minorias, mudanças no quadro político, maior participação popular no governo, são exemplos que transformam uma sociedade. E as últimas transformações na sociedade foram radicais, e por vezes parece que não estamos preparados para novas situações. O que vem a ser conceito de família no mundo moderno em que vivemos (ou pós-moderno como classificaria Zigman Baumann)? O que vem a ser um pai, o que vem a ser uma mãe, qual o papel do homem e da mulher na sociedade e na família? Qual o papel do Estado, qual o papel da educação formal? São perguntas que não apresentam respostas concretas e essa falta de definição são grandes geradores de conflitos quanto a estrutura familiar.
Voltando a questão da mídia, vamos analisar como ela coloca o caso nos veículos de comunicação. Em 1993, o filme Mrs. Doubtfire, que em sua versão em português veio com o título “Uma babá quase perfeita”, fala de um pai que tem seu acesso a seus filhos prejudicados por sua ex-esposa e resolve se fantasiar de mulher e se passa por uma babá, tendo assim o convívio com seus filhos restabelecidos. O filme é uma comédia, porém, o assunto é um drama (ou pelo menos deveria ser visto como) e não tem graça nenhuma. Vejo uma forma de suavizar e até ridicularizar a questão da alienação parental. Atualmente a novela Salve Jorge, traz um personagem alienador que constantemente faz uma campanha difamatória contra a mãe da criança. O que pode se observar nesse fato, os alienadores podem ser homens? Sim. Assim como pode ser avós, padrastos e madrastas e até babás. Mas porque não colocar a situação mais próxima do real, ou seja, a mulher como alienadora. Diante de uma justiça que já tem o homem como incapaz de cuidar de seus filhos, a forma que está sendo tratada a novela pode reforçar essa ideia e ainda mais dificultar o acesso aos pais. Seria como uma novela abordar a questão da violência doméstica colocando um personagem homem apanhando de sua mulher. Em minha opinião há esse grande equívoco.
Pra finalizar, como combater essa prática?
Pra mim através da conscientização do que se trata o assunto e segundo de leis tão eficazes como a lei Maria da Penha, que tirem imediatamente a criança ou adolescente da guarda do alienador, além de tratamento psicológico para as crianças e para o alienador, já que geralmente o alienador não consegue nem perceber sua atitude, ele é incapaz de perceber sua condição de alienador. Talvez estes seriam os caminhos que proporcionariam um avanço para o fim dessa prática.

Gleilson Santos Mendes – Acadêmico da UFGD

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

é cada uma né?

Eu estive lendo os comentários nessa matéria e como sempre vejo que o povo tem a solução para tudo, menos para a realidade!
um dos comentários postados diz que ao invés da policia ir pra rua prender bandidos fica fazendo blitz e fechando boates e bares... mas essa pessoa deveria ler a matéria sobre isso e ver os comentários da população que é afetada pela baderna e ver como os cidadãos douradenses ficaram aliviados com essa operação fechando locais irregulares.
E posso falar aqui sem receio, que pouco está adiantando a policia prender; e explico: Eu e minha equipe fizemos a apreensão em flagrante de dois jovens, de posse de uma moto furtada, ainda em flagrante, os conduzimos para a delegacia e na semana seguinte, não que tenha nos surpreendido, prendemos um desses mesmos jovens traficando drogas, e uma quantia razoável de drogas, e eu já vi esse mesmo jovem na rua. Isso é culpa da polícia? O delegado fez o que manda a lei, ouviu os jovens e os li
berou; ah! então é culpa do juiz? Também não, pois o juiz e o promotor tem que fazer o que está estabelecido na lei, e essa lei NÃO é feita dentro dos fóruns, o promotor e o juiz não inventam a lei, eles a cumprem e fazem cumprir! Outro comentário infeliz é de um camarada que diz que a culpa disso é do cara ter a camionete, essa, não vou nem comentar, cada um já sabe o que pensar disso; porém, o que mais me deixou estarrecido foi o comentário que é pra policia fazer mais batidas na favela que tem lá na vila Cachoeirinha, como se todos que lá moram são bandidos. Sobre isso eu tenho algo a dizer; as pessoas que lá estão morando certamente não tem opção nenhuma de morar melhor, e eu mesmo já levei materiais de primeira necessidade a eles, coisa que a assistência social do município deveria fazer. Não digo que lá não moram ladrões, viciados e até mesmo traficantes, mas nos bairros de classe média e alta de Dourados também moram muitas pessoas com esse perfil, a diferença é o modo de viver, a sorte que tiveram de nascer em berço esplêndido, mas são tão ou mais bandidos que os moradores da favela. Você ai que disse que lá tem bandidos vindo de fora, me de aqui o nome dos bandidos que eu vou lá buscar, eu garanto. Não se esconda sobre pseudônimos mascarados.
A policia, seja civil ou militar, vai continuar sim fazendo o serviço, e você que frequenta essas esbórnias noturnas da cidade, esteja preparado, pois se for pego andando errado, vai pro camburão!

http://douradosnews.com.br/dourados/assaltantes-ameacam-homem-e-levam-caminhonete

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