sábado, 24 de setembro de 2011

A influência do capitalismo sobre o sistema de segurança pública.

O aumento considerável da violência na cidade de Dourados somado às tantas tentativas de se explicar as motivações (ou de certo modo achar um culpado) muitas vezes de uma forma a se livrar da parcela desta culpa de que cada cidadão tem no surgimento deste fenômeno em nossa cidade, fez com que me motivasse a escrever este artigo opinião. Motivação esta que se faz por muitas vezes por ouvir alguns apontamentos feitos de forma precipitada nesta busca de qual seria motivo para tanta violência. Apontamentos estes que acabam se tornando verdade, então venho através deste texto tentar mostrar meu ponto de vista e quem sabe possa ser aproveitado da melhor maneira para quem interessar tal assunto.
Primeiramente venho a questionar qual seria o papel do Estado na segurança púbica e se há realmente interesse em solucionar esse problema.
Antes de tentar responder a esta questão, devemos observar que o crime tem se tornado um dos negócios (por que não dizer, uma empresa) das mais lucrativas em nosso país. E dentro dessa perspectiva, aquele garoto e aquela menina pobre, que só conseguia ver uma oportunidade de se inserir num melhor status dentro desta sociedade capitalista, de forma a usufruir dos “benefícios” deste sistema se conseguisse se tornar um grande jogador de futebol ou uma renomada modelo, hoje passa a ver no crime uma forma de alcançar prestígio e melhor status social.
No caso de nossa cidade pode-se perceber a chegada de novas empresas se instalando em Dourados, que se utilizam de benefícios fiscais para aqui se instalarem e obterem lucros altíssimos, enquanto o trabalhador é sobrecarregado em uma carga horária desumanizadora, somado aos baixos salários e a falta de infra-estrutura existente em Dourados como a não existência de vagas em creches, escolas precárias, sem falar num sistema de saúde pública ineficaz e o mercado imobiliário que cobra preços muito além da capacidade deste trabalhador viver dignamente, este quadro pode ser um fator preponderante para esse aumento da violência.
E o que poder público vem fazendo para solucionar este problema?
Vejo que só vem “jogando a sujeira pra baixo do tapete”. Resta saber até quando este tapete irá suportar tanta sujeira.
A segurança pública, assim como outros setores da esfera estatal, que não trazem lucro imediatos, sempre foram vistos como gasto e não como investimento, tornando este totalmente obsoleto.
Pode-se perceber agentes de segurança desmotivados tanto pelos salários, falta de estrutura, e falta de compreensão da população sobre a importância destes agentes no sistema de segurança.
Porém, vou me restringir aqui a falar sobre a lógica capitalista que faz com que os governantes se utilizem do público em detrimento do privado.
É evidente que a preocupação dos governantes não é solucionar o problema, mas sim evitar que esse “mal” não venha a atingir a integridade e o patrimônio da classe alta, como por exemplo, o que sempre foi feito na cidade do Rio de Janeiro, que é evitar que o pobre marginalizado desça do morro e venha atingir o patrimônio do rico na “Zona Sul”.
E em Dourados, seria diferente da cidade do Rio de Janeiro? No meu ponto de vista não, só muda de forma, mas o conteúdo é o mesmo.
Um exemplo disso é a lei complementar 122, no município de Dourados que proíbe a instalação de estabelecimento prisional na região do interditado presídio semi-aberto.
É notório o incomodo e a tentativa da classe alta de tirar estes “marginais” de perto do quintal de suas mansões, como se estes ricos não tivessem sua parcela de culpa na marginalização destes cidadãos.
Concluo dizendo que enquanto não rompermos com a lógica desumanizadora do capital, fazendo com que cada vez se esqueça do valor do ser humano em troca de lucros e a produção do capital a qualquer preço, este capital que acaba ficando na mão de minoria, a violência vai ser uma constante na vida de uma parcela significativa da população. Exigir através de nossos governantes uma boa qualidade de vida e assumirmos nossa culpa no aumento significativo deste fenômeno pode ser um grande passo para encontrarmos a solução e assim vivermos dias melhores.

Gleilson Santos Mendes
Acadêmico de Ciências Sociais da UFGD.
Policial Militar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Comandante da PM diz que população deve estar ciente da importância do B.O



http://www.douradosnews.com.br/dourados/comandante-da-pm-diz-que-populacao-deve-estar-ciente-da-importancia-do-b-o
Thalyta Andrade e Osvaldo Duarte
 
Ten. Cel. Ary Carlos Barbosa ressaltou a importância da colaboração da população durante coletiva no 3ºBPM. Foto: Osvaldo Duarte
Em coletiva realizada hoje pela manhã no 3º Batalhão de Polícia Militar, o Tenente Coronel Ary Carlos Barbosa, comandante da corporação, solicitou que a população de Dourados registre Boletim de Ocorrência sempre que for vítima de algum delito.
Conforme o comandante, as reclamações com relação a falta de policiamento em determinadas áreas da cidade se devem a falta de registro. Isto porque o deslocamento de efetivo é feito conforme os dados estatísticos baseados nas ocorrências registradas. Quando a pessoa é vítima de algum crime, como furto, assalto, e deixa de fazer o registro de ocorrência, a polícia acaba não tendo como identificar os pontos críticos na cidade.
Além da solicitação para que a população ajude no combate aos crimes na cidade, o comandante também informou que os chamados “arrastões” nos bairros vão continuar. Conforme ele, a ação tem apresentado resultados positivos.
Além do Tenente Coronel Ary Carlos Barbosa, estiveram presentes na coletiva de hoje os Tenentes Caramalac, Da Silva e Padilha, o Major Woltaire, além de outros oficiais da PM.

Registro deve ser feito em qualquer caso

De acordo com informações do setor de estatísticas do 3º Batalhão de Polícia Militar em entrevista concedida ao Dourados News no dia 20 deste mês, muitas pessoas que são furtadas e roubadas na cidade não registram boletim de ocorrência.
“Conforme o nosso mapeamento de ocorrências, na região próxima as universidades (Jardim Universitário), por exemplo, o número de roubos é de 4 em 40 dias. Enquanto isso na área central da cidade, nós temos uma média de 13 roubos no mesmo período. Por isso as pessoas devem se conscientizar de que é muito importante fazer o boletim de ocorrência, porque são esses registros que orientam onde o patrulhamento da PM deve estar”, diz o Sargento Julio Cesar Teles Aguelho, responsável pelo setor.
Ainda de acordo com informações da PM, muitas pessoas, em alguns caso, acabam considerando o crime de pouca importância (como é o caso de furto de celulares, por exemplo). No entanto, essa atitude dificulta o trabalho da PM, que sem os dados não pode identificar os pontos da cidade que necessitam de policiamento.
"Todo mundo que é vítima de algum crime, por menor que a pessoa ache que ele seja, como roubo de celular, ou coisas do tipo, deve registrar sim o boletim de ocorrência. Hoje em dia nós da polícia temos inclusive uma ferramenta muito simples, o B.O virtual, que é bem simples e pode ser feito no site da polícia civil (www.pc.ms.gov.br)”, finaliza o sargento.

(10) Comentários

até esses dias tinha na porta da delegacia:NÃO BATA NA PORTA; NÃO BATA NO VIDRO; NÃO BATA NO BALCÃO; AGUARDE SER ATENDIDO - "SEJA EDUCADO".... 
só que NUNCA tem ninguem la para atender, você fica por mais de horas la esperando para ser mal atendido, parece que os policiais civil ACHAM que estão fazendo favor em atender o povo.ELES GANHAM E BEM PARA ISSO, NAO FAZEM POR CARIDADE!
 
luiz phellipe em 01 de setembro de 2011 - quinta às 12:29
O idióta que se doeu deve trabalhar lá na delegacia e deve ser um dos que atendem mau as pessoas que lá comparecem para registrar um B.O. isso é dourados.
 
Camilo em 31 de agosto de 2011 - quarta às 16:13
Infelizmente meu depoimento vai na contramão dos que constam nestes comentários.

Por 3 vezes necessitei registrar boletim de ocorrências em Dourados e felizmente fui bem atendido. Tive sorte em recuperar meus bens sem necessidade de investigação.O servidor público trabalha em suas limitações, portanto, a boa educação e a simpatia deve imperar nas relações para que consigamos os favores, que na realidade, deveria ser nossos benefícios.Acredito que as delegacias como qualquer órogão público deveriam instituir avaliação ode desempenho e de serviços, para colher a opinião do público e promover treinamentos e capacitações ao servidores, que também são seres humunos e contribuintes. em qualquer momento necessitarão dos mesmoso serviços.Está correta a orientação do nosso comandante, pois não denunciar e não fazer boletim de ocorrência é contribuir para que os delitos possam se perpetuar. Se não resolver, valeu a pena tentar. É melhor levar 5 horas aguardando um fazer um BO, do que perder a esperança de colocar um bandido ou um vagabundo em seu devido lugar.Infelizmente não temos um escrivão parap cada brasileiro. Os cafézinhos e o descanso também fazem parte do dia-a-dia de todo trabalhador, mesmo sendo funcionário público.Com todo respeito, dizer ao cidadão lesado que não adianta fazer BO é um caso de popícia.
 
Cidadão. em 31 de agosto de 2011 - quarta às 15:16
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk conta outra piada!!!!!!!!! registrar um B.O em dourados é pra quem não tem mais nada o que fazer, se vc for registrar um B.O vc perde a metade do dia sentado na delegacia, se isso não é pra rir conta outra meu chapa.
 
Ari em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:59
Ele fala como se fosse fácil registrar um B.O nas delegacias de Dourados, vc fica horas na delegacia aguardando e os policiais e escrivãos tomando cafézinho e batendo papo e vc fica lá com cara de bobo, esses dia fui assaltado o escrivão disse que não adiantava registrar B.O porque eu não sabia quem tinha me assaltado, pode um negócio desses?? esse Tenente Coronel Ary não conhece as delegacias daqui de dourados.
 
Hélio Romeiro em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:53
Prefiro não registrar do que passar humilhação naquela Polícia Civil, a grande maioria não tem um pingo de preparo para lidar com o público, acho que se não estão satisfeitos vai trabalhar em outro lugar porque ninguém apontou a arma na cabeça deles e obrigaram eles a ser policial, então tenha o mínimo de respeito com a população. Atire a primeira pedra quem nunca foi tratado como bandido na polícia civil.
 
Renato Silva em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:50
PARABENS PELA REPORTAGEM, POREM INFELIZMENTE NEM TODOS TEM ACESSO A INTERNET, SERIA INTERESSANTE UMA DIVULGAÇÃO NA MÍDIA, RADIO, TV.......
 
Ellen em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:24
A verdade é que se tiver mais policias fazendo rondas em toda cidade não haveria tantos assaltos,pois no fim do ano em cada esquina no CENTRO DA CIDADE tem uma farda enquanto nos bairros ou até imediações do centro, trabalhadores PAGADORES DE IMPÓSTOS são assaltados até mesmo agredidos.Será que o problema é a falta de BO?????Sabemos que é importante fazer o boletim mais não da retorno algum para população não vi redução nenhuma de criminalidade...????
 
jakeline em 31 de agosto de 2011 - quarta às 13:15
E louvavel os desejos da nossa instituiçao publica, o que muitas vezes a sociedade tem que cumprir com o seu papel e muito bem lembrado a questao dos registros dos BOs, isso contribui muito para as forças policiais principalmente em relaçao ao combate a repressao a todos os tipos de crimes.
Por outro lado é interessante os orgaos publicos entender que por parte da populaçao existe um descredito enorme, nao em relaçao as forças das policias judiciarias, mas em relaçao a fragil legislaçao, e para piorar a vida da segurança publica ainda criaram mais essa lei que so vai para cadeia os crimes de grande repercusao, se for crime leve o vagabundo presta depoimento paga fiança e vai cometer novos crimes, a lei favorece a esse tipo de afronta, isso nao e culpa da PM, PF, PRF, PC, Força Nacional, isso e irresponsabilidade, incompetencia e omissao por parte dos legisladores Federais, que deveriam implementar leis com maor rigor para todos infratores, desde um crime comum ao mais ediondo, nao deixar a responsabilidade as custas da Segurança publica e da populaçao, eles estao la sendo muitissimo bem pagos por nos, para nos representar e representar bem, caso contrario vamos ter uma segurança fragil, debilitada, ofegante, inoperante e absolutamente deficiente em todos os sentidos.
Senhores comandantes parabens pelo honroso trabalho de vocês, vocês fazem alem do dever de casa, minha critica nao é direcionada a voces e sim a esse poder legislativo federal um abstrato de gente comprometida, que deixam vocês tambem reféns da marginalidade porque tiram autonomia de vocês e do judiciario, ai está uma das explicaçoes da baixa participaçao da sociedade em relaçao aos registros de BOs, primeiro porque e muito demorado para se fazer o registro, e depois nao tem uma resposta a altura do que realmente se espera da justiça.
Eu ja fui vitima de roubo, fiquei numa delegacia para fazer um registro 04 horas e meia, para depois me dizerem nao podemos fazer muita coisa, e ficou por isso mesmo, nao foi no meu lindo Matogrosso do Sul, foi em SP, sou sul matogrossensse com orgulho e conheço de perto nossos organismos da segurança publica, isso que nos deixa tristes, revoltados e chateados, porque o orgao publico se encotra de maus e pes atados diante do comprimento do seus deveres, conforme preve a CF.
 
ivan em 31 de agosto de 2011 - quarta às 12:04
Se não fosse tão burocrático para registrar o B.O talvez a população o fizesse. Tem que ser em dia útil e horário comercial como se os criminosos agissem desta forma. Eita brasilsão que só retrocede KKKK
 
Divina Mendonça em 31 de agosto de 2011 - quarta às 11:48

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